Médico da USP alerta que comercialização agressiva, sem rede preparada, pode parar na Justiça

A ANS afirma que continua monitorando com rigor a situação da Unimed-Rio, tanto no que diz respeito à sua situação financeira quanto à prestação da assistência aos seus beneficiários e ao cumprimento dos compromissos assumidos com ANS e procuradores. A agência ressalta que a cooperativa pode aumentar o número de beneficiários, mas deve garantir atendimento. Para isso, a ANS não precisa autorizar, mas a reguladora adverte que um número maior de clientes pode dificultar o cumprimento pela cooperativa de metas e obrigações estipuladas no Termo de Compromisso.

Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da USP, na área de Política, Planejamento e Gestão em Saúde, diz que nesse momento é preciso observar o tipo de produto que a UnimedRio vai pôr no mercado:

– Já vimos no mercado paulista operadoras, em situação semelhante, que voltaram a vender de forma agressiva, reduzindo a qualidade da rede prestadora para fazer caixa rápido, e isso estoura depois na Justiça. Em São Paulo, há mais de 70 mil ações contra planos de saúde. É preciso monitorar o perfil da oferta.

Na avaliação de Scheffer, o mercado de saúde suplementar “vai muito bem”:

– A receita do setor sobe sempre acima da inflação. É certo que vivemos um momento de crise e que isso afeta o setor, mas quando o mercado de trabalho formal crescer de novo isso também se refletirá.

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