Os casos da gripe H1N1 começaram mais cedo em 2016, e já superaram a quantidade de pessoas infectadas no mesmo período do ano passado. As gripes, incluindo a H1N1, que em geral, são frequentes no inverno, chegaram com intensidade ainda no verão.

De acordo com a imunologista Maria Helena Pinho, da Carelink, é de extrema importância que os cuidados com a prevenção, diagnóstico e tratamento sejam prioridade nesse momento. Confira as principais dúvidas a seguir:

 

O que é H1N1?

É uma doença transmitida por um vírus da mesma família que transmite a gripe. Uma variação do vírus da Influenza A, antes chamada de gripe suína, os sintomas da gripe H1N1 são os mesmos da gripe comum e a transmissão também ocorre da mesma forma. A preocupação com a H1N1 é o perigo de complicações graves de saúde.

Quais são os sintomas da doença?

Os sintomas são congestão nasal, febre maior que 37,8°C, calafrios, mal-estar, dores de cabeça, dores musculares, dor de garganta, dor nas articulações, fraqueza, coriza e tosse seca.

As queixas respiratórias, com exceção da tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se, em geral, por três a quatro dias após o desaparecimento da febre. A rouquidão e o surgimento de gânglios na área do pescoço são mais comuns em crianças. A tosse, a fadiga e o mal-estar frequentemente persistem pelo período de uma a duas semanas e raramente podem perdurar por mais de seis semanas.

Qual a diferença entre a gripe comum e a H1N1?

Os sintomas são praticamente os mesmos da gripe, o que diferencia uma da outra é a intensidade deles. Os casos suspeitos de H1N1 apresentam febre alta (maior que 38ºC) de maneira repentina e tosse, podendo estar acompanhadas de um ou mais dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade respiratória.

O que devemos fazer para dificultar a transmissão da doença?

  • Lavar as mãos com frequência, principalmente antes de consumir algum alimento
  • Utilizar lenço descartável para higiene nasal
  • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
  • Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
  • Manter os ambientes bem ventilados e evitar aglomerações
  • Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe
  • Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos

 

A H1N1 é transmissível de pessoa para pessoa?

Sim, especialmente através de tosse ou espirro. Algumas pessoas podem se infectar entrando em contato com objetos contaminados. Não há registro de transmissão da gripe H1N1 por meio da ingestão de carne de porco ou produtos derivados.

Qual o período de maior incidência da doença?

A H1N1 ocorre durante todo o ano, mas é mais frequente no outono e no inverno, quando as temperaturas caem, principalmente no Sul e Sudeste do País. Algumas pessoas, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com alguma doença crônica, possuem um risco maior de desenvolver complicações devido à H1N1. A melhor maneira de se prevenir contra a doença, é vacinar-se anualmente.

Qual é o período de incubação da doença?

O período de incubação da H1N1 dura de um a quatro dias. A transmissão em adultos ocorre principalmente 24 horas antes do início dos sintomas e dura até três dias após o final da febre. Nas crianças pode durar em média dez dias, podendo se prolongar por mais tempo em pacientes imunossuprimidos (quando o sistema imune está comprometido).

Quais são as possíveis complicações da doença?

As principais complicações decorrentes de gripe H1N1 são os quadros de insuficiência respiratória, que podem levar o paciente a óbito se não forem tratadas imediatamente e em caráter de urgência e as pneumonias bacterianas. Outro agravante é a pneumonia causada especificamente pelo vírus H1N1, que ocorre em pessoas com doenças cardiovasculares ou em mulheres grávidas.

Quais são os principais grupos de risco?

  • Grávidas e mulheres que tiveram bebê recentemente, até duas semanas após o parto, incluindo as que sofreram aborto
  • Adultos a partir de 60 anos e crianças menores que 5 anos
  • Jovens menores de 19 anos em uso prolongado de ácido acetilsalicílico
  • Pessoas que apresentem: pneumopatias (incluindo asma); tuberculose; doenças cardiovasculares (excluindo hipertensão); nefropatias; hepatopatias; doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); e distúrbios metabólicos (incluindo diabetes)
  • Pessoas com transtornos neurológicos e do desenvolvimento que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesão medular, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, acidente vascular encefálico AVE ou doenças neuromusculares) e Imunossupressão associada a medicamentos, neoplasias, HIV/aids ou outros.
  • Obesidade (especialmente aqueles com índice de massa corporal – IMC a partir de 40 em adultos).

Como funciona a imunização no caso da H1N1?

A vacina é capaz de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus da gripe reduzindo o agravamento da doença. Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas, após a vacinação e apresenta, geralmente, duração de 6 a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre após 4 a 6 semanas, embora em idosos os níveis de anticorpos possam ser menores.

A vacina causa reações?

Na pele, a vacina pode causar manifestações como dor, endurecimento e vermelhidão no local da injeção, durando em média, 48 horas. Febre, mal-estar e dor muscular são reações que também podem começar de 6 a 12 horas após a vacinação e persistir por até dois dias. Estas reações são mais frequentes em pessoas que nunca foram vacinados para H1N1. Sobre as reações alérgicas, as vacinas para H1N1 contêm traços de proteínas do ovo e são contraindicadas para pessoas com antecedente de reação alérgica severa de caráter anafilático (urticária, edema de glote, broncoespasmo ou choque).

Fontes: Portal da Saúde e CVE – Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo.

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