Celebrado em mais de 25 países em 15 de setembro, o Dia Mundial de Conscientização sobre os Linfomas alerta para a importância da atenção aos sintomas e ao tratamento deste tipo de câncer no sangue. Apesar de não existirem formas de prevenção e, em muitos casos, não ter cura, os pacientes com linfomas contam atualmente com opções de tratamento que controlam a evolução da doença e prolongam a sobrevida livre de doença com mais qualidade de vida e bem-estar.

Entre as inovações terapêuticas mais recentes está o uso de terapias-alvo, incluindo drogas orais. Como interferem diretamente nos mecanismos que causam a doença, terapias-alvo tendem a ser altamente efetivas e causar eventos adversos manejáveis.

O linfoma se caracteriza pela proliferação de células malignas, na maioria dos casos, nos linfonodos (gânglios), envolvidos no combate às infecções e no nosso sistema imunológico. Alguns dos mais comuns são os linfomas não Hodgkin, que incluem cerca de 20 doenças diferentes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2016, a previsão é que o Brasil tenha mais de 10 mil novos pacientes. O número de mortes relacionadas a este tipo de linfoma foi de mais de 4 mil em 2013, última vez em que o dado foi analisado1.

Segundo o professor Carlos Chiattone, titular de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSC-SP), o recente aumento da incidência do linfoma tem relação direta com o envelhecimento da população, já a taxa de mortalidade pode estar ligada à demora do diagnóstico ou início do tratamento. “Apesar de atingir todas as idades, este tipo de câncer é mais comum entre pessoas com mais de 60 anos e a idade média dos brasileiros vem aumentando. Hoje, há novas opções de tratamento disponíveis no Brasil, que trazem menos efeitos colaterais e melhoram o prognóstico do paciente com linfoma não hodgkin, principalmente em pacientes mais velhos e com a saúde mais debilitada”, diz.

No ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a comercialização no Brasil do ibrutinibe, uma terapia alvo de administração oral, uma vez ao dia, que pode ser usada no tratamento da leucemia linfocítica crônica (LLC), linfoma linfocítico de pequenas células (LLPC) e o linfoma de células do manto (LCM), para pacientes que tiveram recaídas ou não responderam a tratamentos anteriores. O medicamento atua como inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTK), uma proteína diretamente ligada à proliferação e sobrevivência das células envolvidas pela doença.

Em estudos clínicos recentes, o uso do medicamento prolongou significativamente a sobrevida livre de progressão de pacientes, reduzindo o risco de progressão ou morte em 90% para pacientes de LLC e em 57% para pacientes de LCM.

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