Mudanças no processo de recomendação de cirurgias de coluna viram urgência no setor.

A deficiência no atendimento na área da saúde é uma das principais preocupações da população. Uma das áreas mais conflitante é a das cirurgias de coluna vertebral, pois estatísticas de hospitais conceituados mostram que 60% delas são desnecessárias. Em publicações anteriores, defendi a ideia de se utilizar uma segunda opinião médica, preferencialmente de um colegiado, para confirmar a indicação cirúrgica. Isso daria segurança aos planos de saúde e principalmente aos pacientes que são os maiores prejudicados se operados sem necessidade. Atualmente os planos de saúde utilizam médicos auditores para contraindicar ou modificar procedimentos cirúrgicos propostos.

Este mecanismo tem se revelado imperfeito, pois nem sempre o auditor é especialista na área e se baseia em laudos de exames de imagem e em informações sucintas sem ter o menor contato com o paciente. Tem sido cada vez mais frequente a intervenção da justiça para autorizar cirurgias, o que também é ruim e falho. Há métodos mais eficientes.

Alguns hospitais formaram um colegiado de especialistas do próprio corpo clínico, que elaboraram diretrizes de conduta baseadas em normas de sociedades médicas internacionais. As decisões são tomadas consensualmente pelo colegiado após examinar o paciente e os seus exames complementares. Com essa estratégia é perfeitamente possível reduzir custos, melhorar a qualidade do atendimento e principalmente proteger o paciente dando-lhe a segurança do tratamento adequado. A adoção de técnicas aprimoradas reduzem o tempo de internação e o índice de complicações.

Mas as despesas mais significativas em cirurgias de coluna são as que se referem aos materiais de implante: parafusos, hastes, placas, etc. No Brasil eles custam muitas vezes mais que no mercado internacional; os lucros exorbitantes dessa comercialização subvencionam incentivos financeiros ilícitos a importadores, distribuidores, médicos e hospitais. Esta prática tem sido denunciada pela imprensa como a Máfia das Próteses. É preciso por um fim! Com base em expedientes bem sucedidos de colegiados de segunda opinião, recomendo que federações como a FenaSaúde e a Abramge, hospitais e entidades médicas se unam pensando sempre no melhor para os seus clientes e pacientes.

Cirurgião de coluna na Beneficência Portuguesa de SP – Edmond Barras

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