O preço de um plano de saúde depende de vários fatores que vão desde a faixa etária, do tipo de cobertura, à forma de contratação. Planos empresariais, por exemplo, costumam ser mais baratos que os individuais. Mas uma queixa comum entre os brasileiros é o valor pago por eles. No ano passado, o reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) para as operadoras foi de até 13,57%. Mas por que custa tão caro?
O diretor-executivo da FenaSaúde (FenaSaúde), José Cechin, explica que apesar do reajuste autorizado ter sido superior ao da inflação do período, que foi de 8,7%, a inflação médica, que é como se convencionou chamar a variação da despesa assistencial per capita, subiu 16,95%.Dentre os fatores que levam a isso estão os custos com procedimentos, tecnologias, medicamentos e materiais.
Ele lembra que mesmo com a perda de mais de 1,5 milhão de usuário que deixaram de ter planos de saúde no ano passado, a taxa de frequência de uso de procedimentos não diminuiu, pelo contrário, aumentou. Isso quer dizer que as pessoas que permaneceram na base estão usando mais. O número de exames realizados, por exemplo, subiu de 759 milhões para 917 milhões, entre os anos de 2015 e 2016. “Uma das hipóteses que se apresenta é de que, em momentos de crise, de queda de renda, aumenta o nível de ansiedade das pessoas, reduz a imunidade e mais pessoas adoecem”.
Atualmente a ANS estuda a possibilidade de autorizar a oferta de planos de saúde populares. Dentre as propostas que estão sendo analisadas, está a de ofertar planos a preços mais baixos, mas com uma cobertura menor; o estabelecimento de franquias e co-participações. O prazo para conclusão dos estudos deve terminar em maio, mas depois disso ainda serão realizadas audiências públicas sobre o tema, antes de uma decisão definitiva. “Nós apoiamos um plano de saúde acessível, que custe menos. Não acho que o caminho seja ter cobertura menor, mas esta discussão é importante porque permite colocar luz sobre a necessidade de fazer melhor uso dos planos de saúde, a necessidade de se adotar protocolos clínicos mais rígidos e regras mais claras de reajuste que não sufoquem tanto nem o usuário e nem as operadoras”.