Idosos não precisam somente de médicos, carecem de lazer, convívio social e até de readaptação profissional
Dar prioridade aos idosos com 80 anos em diante, sobre aqueles que têm de 60 anos a 80 anos incompletos, até poderia ser uma boa ideia. A lei 113.466/2017 foi sancionada pelo presidente Michel Temer, e parece ser iniciativa para hierarquizar as necessidades de pessoas que vivem cada vez mais.
A questão principal, contudo, é que o Brasil não se preparou adequadamente para a mudança de perfil etário, provocada pela maior longevidade associada à redução das taxas de natalidade.
Para cuidar bem da saúde de pessoas que costumam ter doenças crônicas, é fundamental ter unidades de tratamento também com geriatras, nutricionistas, fisioterapeutas em várias regiões das grandes cidades, pois limitações à mobilidade são frequentes nos mais idosos.
As farmácias, lojas, supermercados, livrarias e shoppings teriam de oferecer mais conforto e segurança. Por exemplo, com banheiros adaptados, algo básico, mas que inferniza a vida de quem tem problemas urinários.
Talvez uma boa ideia a ser testada fosse criar serviços promocionais, com descontos relevantes, fora dos horários de pico em farmácias, academias e livrarias, para que fossem estimulados a evitar ambientes apinhados de pessoas apressadas, logicamente menos seguros e confortáveis.
Atividades com foco nos idosos poderiam ter benefícios fiscais, desde que comprovassem boa qualidade e preços acessíveis.
Idosos não precisam somente de médicos. Carecem de lazer, convívio social e até de readaptação profissional, porque em muitos casos terão de permanecer no mercado de trabalho, a fim de bancar caros planos de saúde, remédios e alimentos. Medidas paliativas ajudam, mas estão longe de resolver os desafios da longevidade.