O consumo desequilibrado de bebidas alcoólicas no fim de ano pode gerar graves consequências à saúde a longo prazo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso do álcool é o terceiro maior fator de risco para a carga global de doenças. Em 2012, 5,6 % dos brasileiros abusavam ou dependiam de álcool. No mesmo período, a substância esteve associada a 61,5% dos índices de cirrose hepática e a 11,5% dos acidentes de trânsito no país.

Representando um fator de risco não só para a cirrose hepática, que se dá pela formação de nódulos e de fibroses no fígado, existe também outro grande risco, um tipo de câncer não muito falado, porém mais letal que outros tumores, por conta do diagnóstico geralmente tardio: o câncer de fígado.

De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), em 2012, 5,6 % dos brasileiros abusavam ou dependiam de álcool. No mesmo período, a substância esteve associada a 61,5% dos índices de cirrose hepática e a 11,5% dos acidentes de trânsito no país.

A cirrose hepática, de forma resumida, é uma condição causada principalmente pelo consumo desmedido de álcool ou doenças como as hepatites B e C, que se dá pela formação de nódulos e de fibroses no fígado, que levam ao comprometimento ou paralisação de suas funções. Para não desenvolver cirrose hepática é necessário nunca ultrapassar duas doses de bebidas alcoólicas por dia. Já a transmissão do vírus da hepatite B pode ser prevenida pela vacinação, e para a hepatite C não há vacina, mas existe tratamento.

Já o câncer de fígado pode ser dividido em dois tipos: câncer primário (que tem sua origem no próprio órgão) e secundário ou metastático (originado em outro órgão e que atinge também o fígado). O mais frequente câncer primário, que ocorre em até 80% dos casos, é o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular. A cirrose hepática está na origem de mais da metade dos casos desse tipo, caracterizado por ser agressivo e de curto tempo de evolução.

O câncer de fígado, caracterizado pela alta letalidade e sobrevida curta após o diagnóstico, é o quinto tipo mais frequente no mundo e a terceira causa de morte por câncer, levando a mais de 500 mil mortes por ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Seus principais sintomas são fraqueza, perda de peso inexplicada, falta de apetite, mal-estar, massa abdominal, distensão, icterícia (tonalidade amarelada na pele e nos olhos) e acúmulo de líquido no abdômen (ascite). Porém muitas vezes os sintomas se manifestam apenas nas fases mais avançadas. Sendo uma doença silenciosa em fases iniciais, afirma o médico Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, oncologista clínico do centro de oncologia do Hospital Sírio Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.

Geralmente o tumor se encontra em estágio avançado quando é feito o diagnóstico. O tempo de duplicação do volume de massa é, em média, de quatro meses. A identificação precoce do hepatocarcinoma tem enorme impacto positivo no tratamento, e pode ser feita através da dosagem de um marcador tumoral, a alfafetoproteína sérica, no sangue, e da ultrassonografia abdominal. A exatidão da ultrassonografia na identificação de tumores chega a 90%.

Para um diagnóstico mais precoce, as pessoas que estão dentro do grupo de risco devem ser submetidas periodicamente à realização de exames laboratoriais e de imagem, sendo a ultrassonografia a modalidade mais recomendada. Quando são identificados nódulos suspeitos, são necessários outros exames, que podem ser a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e, eventualmente, a biópsia dirigida do nódulo.

Tulio ainda alerta que para o tratamento do câncer de fígado existe um grande número de procedimentos pouco invasivos, bem como cirurgias para retirar a parte do fígado comprometida ou mesmo transplante de fígado. Além de tratamento sistêmico com terapia alvo e mesmo quimioterápico convencional. A escolha do tratamento apropriado depende da fase da doença uma série de características do paciente e sua saúde.

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