Algumas tendências da telemedicina no Brasil em 2022
Você conhece os benefícios e tendências da saúde digital? Da mesma forma que as atividades escolares foram adaptadas a um sistema de EAD (Educação à Distância) e as empregatícias para o home office (trabalho de casa), outra área também sofreu essa mudança: a medicina. A categoria da telemedicina, isto é, a prática à distância dessa ciência, intensificou-se tremendamente no Brasil durante a pandemia de COVID-19.
Não é que ela não existisse antes, mas a demanda por esse serviço aumentou como nunca antes para respeitar as normas de distanciamento e isolamento impostas pelos surtos de coronavírus. Agora, controlada e amenizada a pandemia, qual é o futuro da telemedicina? É difícil dizer com certeza, mas três tendências nos permitem acreditar que ela continuará se expandindo e especializando cada vez mais.
O primeiro sinal de que essa prática continuará é maior integração de ferramentas de IA (inteligência artificial). Elas podem ser aplicadas no setor de saúde para elaborar planos de cuidado com base em vários data points e projeções. Além disso, contribui para reduzir o potencial de erro no atendimento ao paciente e também agiliza a entrada de pacientes por meio de chatbots de triagem iniciais. O processo é otimizado, mais preciso, eficiente e prático, mas não deve ser confundido com teleconsulta, uma prática já consolidade e não tão tecnológica. O atendimento humano, essencial para os pacientes, virá logo em seguida, já que a telemedicina não substitui o atendimento, mas sim o amplia. Uma vez dentro da casa das pessoas, há mais contexto para ser aproveitado. A telemedicina tem o poder de alcançar todos os cantos do Brasil, colocando a TI como meio de realizar-se uma medicina de qualidade, disponível, eficiente e segura.
Mas isso é apenas parte de um processo maior, relacionado ao avanço tecnológico. Outras ferramentas tecnológicas e digitais incluem o 5G, padrão de quinta geração para redes móveis e de banda larga, e a holomedicina, projeção de hologramas entre médico e paciente que permite interação à distância. A primeira deve impulsionar a telemedicina exatamente porque entrega maiores velocidade de conexão banda larga móvel, viabilizando projetos e entregando resultados que seriam difíceis com a antiga infraestrutura. Já a segunda transcende as barreiras presenciais, capturando uma imagem digitalizada em 3D do paciente e reproduzindo-a holograficamente para o médico. Assim, as partes se veem e interajem como se estivessem compartilhando o mesmo ambiente.
Outro fator é a crescente necessidade de maior diligência na segurança cibernética. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que vigora no Brasil desde Agosto de 2020, protege os dados pessoais e garante que as empresas respeitem suas determinações. Nesse cenário, será cobrada uma responsabilidade ainda maior das instituições de saúde com relação ao controle e a segurança dos dados dos pacientes. A privacidade de informação das pessoas é fundamental em todas as áreas, mas especialmente delicada na de saúde. Um sistema digital, online e tecnológico, com uma segurança cibernética forte, é a melhor maneira de armazenar esse conteúdo.
Por último, a terceira tendência é também a mais simples: o “fim” da pandemia (ou, no mínimo, sua radical diminuição) não alterou a demanda por telemedicina; pelo contrário, a procura por ela continua a crescer. Muitas pessoas passaram a enxergar a telemedicina como uma primeira linha de cuidado, com vantagens de custo x benefício e consultas de acompanhamento. Em 2022, teremos empresas de planos de saúde colaborando com provedores para ampliar o acesso a este modelo de cuidado. Essa tendência é a causa das duas citadas acima: o melhoramento da tecnologia e modernização dos elementos que já existiam são a causa desse aumento na procura por telemedicina.
Certamente, não é uma prática para se perder de vista. Ao contrário do EAD e do home office, que foram, a grosso modo, paliativos e temporários enquanto a pandemia não se estabilizava, a medicina à distância muito provavelmente veio para ficar, representando um passo na direção mais prática e moderna. Não se trata de precarização, como alguns podem acusar, mas de inovação.
Por: Giovanni Bonincontro Ferraiolo
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