O cuidado com a alimentação atrelada à saúde mental tem sido cada vez mais pautado em diversas áreas do contexto social. Um dos setores que contribui significativamente para trazer seriedade ao tema, é a produção do conhecimento científico acerca do assunto. 

Atualmente a ciência contribui significativamente para que casos de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais, sejam tratados como condição de saúde; e que a alimentação seja reconhecida como parte do tratamento desses quadros.  

Antes de falar sobre o papel e o poder da alimentação no cuidado com a saúde mental, vamos contextualizar, em linhas gerais, a diferença entre doença, síndrome e transtorno.

  • Doença – ausência de saúde. Estado anormal do organismo, com sintomas específicos que alteram funções físicas e psicológicas.
  • Síndrome – conjunto de sintomas que definem um estado clínico associado a problemas de saúde, sem necessariamente ter uma causa definida.
  • Transtorno – estado alterado da saúde, nem sempre relacionado a uma doença, mas geralmente associado à saúde mental por envolver, em sua maioria, áreas do cérebro, que comprometem de alguma maneira o cotidiano, por condições de ordem psicológica e/ou mental neurodivergente.

A pessoa com quadro neurodivergente apresenta um funcionamento neurocognitivo atípico. Ou seja, um funcionamento fora do “padrão” esperado, como, por exemplo, pessoas diagnosticadas com dislexia, TEA, TDAH e síndrome de Tourette.

Além da Fobia Específica, Fobia Social, TAG – Transtorno de Ansiedade Generalizada, TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo, TPB – Transtorno de Personalidade Borderline, Dependência Química, Depressão Maior, Distimia, Transtorno Afetivo Bipolar, Transtorno Explosivo Intermitente, segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, dentro dos transtornos mentais, estão: demência, deficiência intelectual, esquizofrenia, entre outras psicoses e transtornos de desenvolvimento.

Saúde Mental – Políticas Públicas e Economia

Saúde Mental – Políticas Públicas e Economia

Negligenciar o cuidado com transtornos mentais, em um contexto de saúde pública, é gerar impacto econômico negativo para a sociedade. 

Até 2030 estima-se que serão gastos US$ 6 trilhões com saúde mental, sendo mais de 10% deste valor direcionado para tratamento de pessoas com depressão.

A saúde mental compromete, além de questões fisiológicas, a qualidade de vida do indivíduo e sua função socioeconômica, além de aumentar o índice de mortalidade. 

O conceito de saúde mental transcende o âmbito individual e abrange uma rede de fatores interconectados. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Saúde Mental pode ser considerada, um estado de bem-estar vivido pelo indivíduo, que possibilita o desenvolvimento de suas habilidades pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade. O bem-estar de uma pessoa está intrinsecamente ligado a uma série de condições fundamentais, que vão muito além do aspecto exclusivamente psicológico. Além dos aspectos individuais, a saúde mental é também socialmente determinada. Por isso, deve-se considerar que a saúde mental resulta da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Pode-se afirmar que a saúde mental tem características biopsicossociais. 

Seguindo este conceito, estudos buscam identificar, como iniciativas de geração de emprego e renda, voltados para pessoas em sofrimento psíquico, atuam na Inclusão Social por meio do trabalho, devolvendo dignidade, autonomia e reabilitação psicossocial para essas pessoas.

A Política Nacional de Saúde Mental constatou que, ações que atuam nesse sentido, podem ser consideradas uma nova tecnologia no campo da integralidade no cuidado, tratamento e atenção à saúde mental. 

Intervenções terapêuticas e psicoterapêuticas, individuais e coletivas; acesso à medicação com acompanhamento médico e às instituições e grupos de acolhimento; além da atenção hospitalar de urgências também fazem parte das ações de promoção e políticas públicas, de reabilitação psicossocial, voltadas para a saúde mental.

Alimentação – O poder da nutrição no funcionamento do cérebro

Alimentação – O poder da nutrição no funcionamento do cérebro 

As propriedades dos alimentos possuem efeitos no cérebro que aumentam ou diminuem a liberação de hormônios, as reações químicas, a comunicação entre neurotransmissores e as sinapses no cérebro. 

​​Pesquisas indicam que para reduzir os efeitos do Alzheimer, por exemplo, é indicado evitar o consumo de manteiga, gorduras saturadas, frituras e fast foods. Para orientar, prevenir e diminuir a gravidade, por exemplo, da depressão, a alimentação é vista como um dos fatores estratégicos de intervenção, impactando diretamente na saúde do cérebro, na cognição e no estado emocional do indivíduo. 

Estudos apontam que oleaginosas são fontes de polifenóis; por isso, têm papel importante na redução de risco de depressão e ansiedade. Além disso, são potenciais aliados na prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e câncer.

Polifenóis são compostos bioativos sem função de nutriente, que têm sido investigados quanto ao seu papel na prevenção e controle dos transtornos mentais devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. 

É indicado que a pessoa tenha condições de fazer 3 refeições por dia, com lanches entre elas, que devem incluir frutas e oleaginosas. Grãos integrais, saladas e vegetais devem fazer parte de uma dieta diária. Peixe, carne vermelha, frango e ovo são fontes de proteína animal e outros nutrientes, e devem fazer parte do cardápio pelo menos 3 vezes na semana. 

A procura por um profissional especializado em nutrição se faz necessário especialmente para pessoas com restrições alimentares, alergias, questões em órgãos como fígado, intestino, rins, entre outros, que podem ser impactados com a escolha da dieta errada. 

Uma dieta rica em vitamina D e vitamina B12 é essencial para o fortalecimento da imunidade e formação saudável dos neurônios, respectivamente. A vitamina é de suma importância. Sem ela no organismo a glicose não é metabolizada e o cérebro simplesmente fica incapaz de funcionar. Dentro do complexo B temos também a Colina, responsável por contribuir significativamente na memória e aprendizado. 

O zinco cumpre o papel de melhorar a capacidade cognitiva de modo geral, reduzir a fadiga, aumentar a habilidade de foco, e prevenir o mal de Alzheimer. Ômega, Magnésio, Luteína e Vitamina B6 são também vitais para um cérebro saudável e uma saúde mental bem cuidada.

Alimentos onde você pode encontrar esses nutrientes e vitaminas:

  • Abacate
  • Banana
  • Batata Inglesa
  • Carne bovina
  • Carne de porco
  • Cereais (de preferência os integrais)
  • Espinafre, brócolis entre outros vegetais verde-escuro e leguminosas
  • Feijão
  • Frango
  • Grão-de-bico, milho e ervilha
  • Laranja e demais cítricos
  • Laticínios
  • Ovos
  • Oleaginosas – Castanhas, amêndoas, nozes e amendoim
  • Óleos vegetais
  • Ovos
  • Peixes gordurosos, salmão, atum, sardinha
  • Sementes de abóbora, entre outras

Atenção! Esse texto é informativo e é sempre importante consultar profissionais da área médica especialistas em cada segmento como nutrição, psiquiatria, entre outros.

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